O círculo esteve sempre presente na história da humanidade como um símbolo sagrado e que nos traz a noção de totalidade, onde o ser humano está integrado à natureza. A origem da dança circular remonta às manifestações corporais primitivas de vários povos, pois, os antigos celebravam e ritualizavam as colheitas, as estações, os nascimentos, os casamentos, a morte e outros ritos de passagem importantes.
As danças circulares integram os participantes e fortalecem valores como a igualdade, a empatia e o pertencimento. Cada integrante emana sua intenção e energia no círculo e a disposição em roda facilita a circulação energética e sustenta essa simbologia psíquica e ancestral de completude. O espírito de comunidade, de tribo se instala a partir do momento em que todos, de mãos dadas, apoiam e auxiliam os companheiros na dança.
Na década de 70, Bernhard Wosien sistematizou o que mais tarde foi chamado de ‘danças circulares sagradas’. Ele visitou a Comunidade de Findhorn, na Escócia, e pôde ensinar, pela primeira vez, uma coletânea de danças folclóricas em roda.
Como o principal objetivo na dança circular sagrada é o sentimento de união no grupo, pessoas de qualquer idade podem participar. Nenhuma técnica profissional é necessária e com isso, tomamos consciência do nosso corpo físico, trabalhamos nossa concentração e memória nos passos da dança, nos acalmamos e resgatamos o contato com a linguagem simbólica, por muito tempo esquecida.
As danças circulares são uma expressão artística que sempre esteve presente na história da humanidade e refletem a necessidade de celebração, harmonia e união entre as pessoas.
A dança circular sagrada unifica, integra e transcende a nossa realidade física. É parte essencial do processo de cura da humanidade e um instrumento poderoso para a instituição da Nova Era.
Esta foto foi tirada em uma cerimônia celta, onde celebramos a chegada do Outono. Estávamos em círculo, estávamos em harmonia. Somos Todos Um.
Muitas bençãos,
Sacerdotisa Juliana Di Avalon
O hidromel é uma bebida obtida a partir da fermentação do mel com a água e é, provavelmente, a mais antiga do mundo. Existem indícios de que foi consumida na Grécia Antiga, na Índia, sendo encontrados vestígios nas civilizações Maia e Azteca. Mas foi na Idade Média que seu consumo se tornou popular entre as tribos e clãs, onde hoje conhecemos como Europa.
Os celtas também utilizavam largamente o hidromel. Durante as cerimônias religiosas, a bebida era servida por acreditarem que possuía efeitos afrodisíacos. Durante as núpcias, o hidromel era servido durante todo um ciclo lunar para auxiliar a fertilidade do casal. Possivelmente essa é a origem do termo ‘Lua de Mel’.
Na Irlanda é conhecido como mead, e os outros nomes do hidromel são methus, melomel, hidromiel e medovina.
Na mitologia nórdica, há uma história que liga a origem do hidromel ao acordo de paz selado entre os deuses Aesir e Vanir.
No final de toda cerimônia celta de casamento que realizo, eu convido os noivos a brindarem a nova vida do casal com o hidromel, que nas culturas antigas era chamado de ‘a bebida dos deuses’ ou ‘o néctar dos deuses’. A noiva bebe o hidromel em uma cuia e o noivo em um chifre. Todas as formas côncavas, ovaladas representam o Feminino. Todas as formas côncavas, ovaladas representam o Feminino.
Todas as formas pontiagudas e fálicas representam o Masculino. O enlace das mãos é um símbolo profundo de conexão do jovem casal, honrando as energias do Feminino e do Masculino em equilíbrio.
Muitas bençãos,
Sacerdotisa Juliana Di Avalon
Um novo paradigma está sendo criado
A humanidade aceitará ser parte da Grande Teia Cósmica
Mulheres, homens e crianças honrarão seu ser interno com amor e generosidade
Sistemas de crenças e bases falsas cairão
Governos se unirão para promover a igualdade entre os povos
A riqueza da Terra será dividida com ternura e a ganância será execrada das mentes e dos corações humanos
Todas as diferenças serão aceitas e contempladas como as inúmeras faces da imanente consciência quântica
A vida assumirá um valor nunca antes visto
A justiça será o brilhante estandarte da Nova Terra e a fome apenas uma triste lembrança
A humanidade enfim se conscientizará a lutará para salvar rios, mares e florestas
O verde voltará a cobrir as paragens como um manto de vida
E os pássaros voltarão a cantar
E os peixes voltarão aos rios e mares
E os zoológicos de toda a Terra serão extintos
A humanidade voltará a ser tribo
E os anciões, os verdadeiros detentores da Sabedoria
A humanidade ficará livre definitivamente da prisão da mentira e cada ser humano oferecerá seu dom único em prol do Todo
A dominação dará lugar a liberdade
A forca bruta dará lugar a gentileza
A guerra dará lugar a paz
E o amor será a palavra mais dita, mais vivida, mais praticada e fará ninho nos corações de todos os homens.
O caminho da tradição de Avalon busca reconectar as pessoas à natureza, aos ciclos da Terra, à nossa natureza feminina intrínseca e assim, relembrar os antigos mistérios e conhecimentos perdidos.
Com influências dos mitos galeses e irlandeses, o calendário celta e a magia cerimonial, a tradição nos conecta também com a antiga linhagem espiritual de Avalon. As sacerdotisas são a nova geração de servas que honram e trabalham para resgatar a consciência do Sagrado Feminino ao nosso planeta.
Ouvi novamente o chamado da Grande Mãe nesta vida, que nos tempos antigos era conhecida por tantos nomes, em tantas culturas diferentes e panteões, e em cujos altares as jovens sacerdotisas realizavam os rituais com os elementos sagrados, incensos e perfumes. Por muitas vezes realizei cerimônias em êxtase. Dancei, cantei, celebrei ritos de passagem e honrei os ciclos da Terra.
Em 2021 eu cumpri a minha dedicação a Avalon com o meu coração em festa! Todos os atos de amor são rituais e assim, as sacerdotisas consagram a vida. Elas espalham amor, cura, beleza, alegria, paz pelo mundo e eu, em humildade e reverência, sigo o mesmo caminho de outrora.
Gratidão às sacerdotisas mestras, irmãs e irmãos que percorreram este lindo caminho comigo.
Muitas bençãos,
Sacerdotisa Juliana Di Avalon
A varinha ou bastão é um dos instrumentos mais importantes da sacerdotisa. É um bastão que normalmente é de madeira, feito de um galho de árvore, mas pode ser também de cobre ou bronze. Existem as madeiras tradicionais para a confecção das varinhas mágicas, como o salgueiro, o sabugueiro, o carvalho, a macieira ou a cerejeira, mas eu diria que a árvore nos escolhe.
A varinha mágica normalmente mede em torno de 50cm e é preparada pela própria sacerdotisa, a partir de um galho de árvore encontrado em um bosque ou floresta, caído no chão. Não devemos nunca cortar os galhos, deixamos que as árvores nos ofereçam o presente. A busca pela varinha sacerdotal deve ser realizada após meditação e recolhimento, onde a sacerdotisa se dirige à Grande Mãe pedindo que a guie ao encontro do galho que busca. O galho encontrado caído no chão deve ser honrado e visto como um presente, e por isto, ao encontrá-lo, a sacerdotisa agradece à árvore e aos espíritos do bosque ou da floresta. Sementes, frutas e flores são deixados no lugar onde se encontrou o galho, como símbolo do agradecimento.
A Grande Mãe é então convidada para estar em uma cerimônia de consagração. A varinha é o prolongamento do nosso poder, ligado ao dedo indicador (energia fohat e Júpiter) e a conexão com o Universo, pode ser usada para desenhar símbolos mágicos e círculos de proteção. Ou seja, a varinha mágica vai canalizar e concentrar a energia pessoal da sacerdotisa.
O carvalho me escolheu. Eu buscava por um galho e uma árvore linda me chamou dizendo que tinha um presente para mim. Cravei símbolos rúnicos que me apareceram em meditação, coloquei um cristal na ponta e desde então a uso nos meus rituais e cerimônias com sabedoria.A varinha é um instrumento utilizado para iniciar cerimônias ou ritos de passagem, abrir e fechar um círculo mágico.
Deve ser usada com muito respeito e não ser apontada para ninguém.
Muitas bençãos,
Sacerdotisa Juliana Di Avalon
A Grande Mãe foi a divindade venerada em nosso planeta por milênios e era conhecida por inúmeros nomes, de acordo com os locais e períodos da História. Seus múltiplos atributos e qualidades confirmam uma infinita diversidade de divindades femininas e muitos arqueólogos provaram que os povos antigos reverenciavam a Grande Mãe como a força que manifestava a vida e como o grande símbolo da fertilidade da terra.
A Grande Mãe era a própria natureza, a Terra, a Lua, a Senhora da Vida, da Morte, do Renascimento e toda a vida selvagem. As antigas tribos eram pacíficas e respeitavam os ciclos da terra, das mulheres (as geradoras da vida), dos filhos e dos mais velhos, que eram os detentores da sabedoria e responsáveis por perpetuar o conhecimento.
Estes grupos reverenciavam a imagem de uma mulher que havia sido sua ancestral primitiva mais antiga. Em outras palavras, a Divina Ancestral, imortal, imutável e onipotente.
Muitas representações de uma divindade feminina suprema foram encontradas na Suméria, Egito, Creta, Grécia, Etiópia, Índia, Babilônia, Anatólia, Mesopotâmia e na Irlanda, para dar alguns exemplos.
Neste momento de profunda transição planetária, a figura amorosa da Grande Mãe ressurge para nos ajudar a encontrar o caminho para restaurar o equilíbrio com a energia feminina, a paz, a harmonia individual e coletiva.
Durante todo o meu treinamento para me tornar uma sacerdotisa, me deparei com várias imagens e referências à Grande Mãe. Esta estátua está no jardim do Chalice Well, em Glastonbury, e é muito especial para mim. Deixo aqui uma mensagem da Grande Mãe para nós, que foi lida no encontro da OBOD, no Reino Unido.
“Quando você andar pelas minhas colinas, trate-me gentilmente
Quando você comer dos meus frutos, compartilhe com os outros
Quando você respirar o meu ar, fale suavemente o meu nome
E eu vou nutrir você
Quando você beber das minhas águas, me sinta dentro de você
Quando você olhar a minha beleza, sinta-se parte de mim
Quando você ouvir o vento soprando nas minhas árvores, ouça o meu chamado
E eu vou confortar você
Quando você descansar em minhas pedras, eu te apoiarei
Quando você percorrer meus muitos caminhos, eu estarei sempre com você
Por que você é minha criança, eu vou prover você
E eu te abençoarei por todos os dias de nossas vidas.”
Muitas bençãos,
Sacerdotisa Juliana Di Avalon
O Druidismo é uma religião tribal celta que honra as estações da natureza e seus ciclos. Os druidas exerciam uma função extremamente importante, mas estes não estavam presentes em todas as tribos, porque cada clã tinha uma estrutura peculiar que dependia da cultura e da região onde a tribo vivia.
O povo celta era uma etnia que habitava várias extensões da antiga Europa e havia muitas diferenças nas celebrações dos festivais sagrados, que mudavam de região para região. Os bretões, que habitavam a região da Bretanha (França), celebravam o Solstício de Inverno, sendo que as demais tribos não tinham este costume.
Os sacerdotes e sacerdotisas druidas faziam parte de uma classe responsável pela vida religiosa e espiritual da tribo celta. Eles tinham inúmeras funções, como conselheiros, filósofos, juízes, curandeiros, guardiões e conhecedores profundos da sua religião e de sua cultura.
Os druidas e druidesas eram os responsáveis pelas cerimônias religiosas, pelos rituais e por todos os julgamentos que aconteciam na tribo. A etimologia da palavra ‘druida’ vem do antigo vocábulo ‘duir’, que significa o carvalho, a árvore soberana da floresta. O druida era aquele que detinha a sabedoria do carvalho. Suas reuniões se faziam sempre ao pé desta árvore sagrada, junto à natureza. Os futuros sacerdotes e sacerdotisas se submetiam, desde crianças, a um intenso treinamento junto aos druidas mais velhos.
Para os celtas, o Universo era composto por três mundos: o mundo superior (onde os deuses vivem e as grandes forças da natureza se projetam), o mundo médio (onde vivemos) e o mundo inferior (onde nossos ancestrais e os espíritos da Natureza vivem). Neste sentido, o termo inferior não tem nenhuma conotação negativa e apenas se refere ‘ao que está abaixo’, já que na religiosidade celta não existia a noção de céu e inferno, nem carma. As energias destes três mundos eram entrelaçadas e em determinadas épocas do ano, o véu que ‘separava’ estes mundos ficava tênue (as festividades de Samhain e Beltane).
O mundo médio onde vivemos, era composto por três reinos: o céu, a terra e os mares, e o ser humano por três energias: corpo, mente e espírito. Na cultura celta, vemos a referência ao número três em diversos símbolos, como o triskle, o triqueta e o awen, que representam também outras tríades, como por exemplo, o nascimento, a morte e o renascimento. O triskle, triskelion ou espiral tripla, é símbolo solar antigo que reflete a fluidez e a existência de um princípio espiritual trino em tudo o que existe, sejam animais, plantas ou fenômenos naturais. É considerado um talismã de sabedoria, tem sua origem atribuída aos povos mesolíticos e neolíticos, e é um dos elementos mais presentes na arte celta.
Esta foto foi tirada em uma celebração do Solstício de Verão no Kilkenny Druidry Grove, aqui na Irlanda. O dia estava bem quente. Como sou apaixonada pelas artes, criei uma dança sagrada para a cerimônia e realizamos uma performance linda ao som da banda Faun. Gratidão profunda por este dia inesquecível.
Bençãos de Avalon,
Juliana
Fotos pelo olhar talentoso das queridas irmãs Sandra Ferraz, Bárbara Damasceno e Priscila Costa. Minha infinita gratidão.